Ambipar e Braskem: Entenda O que São COEs e Como se Proteger Deste Risco

Na última quarta-feira, 8 de outubro, o mercado financeiro vivenciou um abalo que acendeu o alerta em muitos investidores. A notícia avassaladora foi o resgate antecipado de COEs (Certificados de Operações Estruturadas) ligados às empresas Ambipar e Braskem. Afinal, as ações dessas companhias sofreram quedas superiores a 50%, um tombo significativo. Portanto, é crucial que você entenda o que são esses investimentos complexos e, mais importante, como se blindar de riscos semelhantes. Em primeiro lugar, vamos desvendar o COE.

❓ O que São COEs (Certificados de Operações Estruturadas)?

O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é um produto financeiro que mescla características de renda fixa e renda variável, geralmente sendo comparado a uma nota estruturada (do inglês, structured note). Em outras palavras, ele é um “pacote” de investimentos. Tipicamente, esses certificados são elaborados por bancos e instituições financeiras. Desse modo, eles oferecem ao investidor a possibilidade de se expor a diferentes mercados, como ações, moedas ou índices, com regras pré-estabelecidas de ganho e perda.

Existem, principalmente, dois tipos de COE:

• Valor Nominal Protegido (VNP): Neste caso, o capital principal investido é protegido. Assim sendo, o investidor não perde o valor aplicado se o ativo-objeto (como a ação da Ambipar ou Braskem) tiver um desempenho negativo. No entanto, essa proteção geralmente implica um potencial de ganho limitado.

• Valor Nominal em Risco (VNR): Aqui, não há proteção do capital. Consequentemente, o investidor pode perder parte ou a totalidade do valor investido, além de ter o potencial de ganho limitado ou não.

É importante destacar que a complexidade desses produtos é elevada. Por isso, eles não são adequados para todos os perfis de investidores. Afinal, entender a dinâmica de vencimento, o strike (preço de exercício) e as condições de resgate é fundamental.

⚠️ O Risco dos COEs e o Caso Ambipar/Braskem

O que aconteceu na última semana serve como um alerta severo. Os COEs ligados a Ambipar e Braskem foram resgatados antecipadamente. A principal razão foi a forte desvalorização das ações. Neste contexto, a queda superior a 50% acionou gatilhos contratuais que permitiram às instituições financeiras liquidar as operações. Dessa forma, os investidores puderam ter seu capital devolvido, mas, dependendo da estrutura do COE, isso poderia ser com perdas.

A bem da verdade, o risco não reside apenas nas ações subjacentes. Existe também o risco de crédito da instituição emissora. Além disso, a falta de liquidez no mercado secundário torna a venda do COE antes do vencimento uma tarefa difícil. Em suma, o investidor fica mais preso ao prazo e às condições iniciais.

🛡️ Como se Proteger Deste Risco nos Investimentos

Sendo assim, como você pode se proteger de surpresas como essa? Primeiramente, a palavra-chave é diversificação. Nunca concentre uma grande parte do seu patrimônio em um único ativo ou em produtos complexos como o COE. A estratégia mais eficaz é distribuir seus investimentos em diferentes classes (renda fixa, ações, fundos imobiliários, ativos internacionais).

Em segundo lugar, e talvez o mais crucial, entenda onde você está investindo. Não invista em algo que você não compreende completamente. Se as regras do COE parecem confusas, então é melhor procurar alternativas mais transparentes. Adicionalmente, nunca confie cegamente apenas na promessa de proteção de capital. Analise a fundo as letras miúdas do documento de Oferta.

Para concluir, procure por consultoria financeira de confiança. Um profissional pode avaliar se o COE realmente se encaixa no seu perfil de risco e objetivos. Portanto, o caso Ambipar e Braskem é um lembrete: no mercado financeiro, conhecimento é poder, e cautela é a sua melhor defesa.